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quarta-feira, 7 de março de 2018

Rio Jaboatão na Cidade do Moreno


Por James Davidson




A partir de sua nascente, no município de Vitória de Santo Antão, o Rio Jaboatão adentra no município do Moreno em terras do Engenho Jussara, após percorrer alguns engenhos do município de Vitória. Tem início aí um longo percurso de cerca de 17 quilômetros em que o Rio Jaboatão atravessa o município do Moreno de oeste a leste, passando pelas sedes dos engenhos Jussara, Jaboatãozinho, Pintos, Pereiras e Morenos, adentrando em seguida na cidade. O rio deixa o município do Moreno em terras do Engenho Bom Dia, seguindo, daí em diante, em território do vizinho município de Jaboatão dos Guararapes.

No Engenho Jussara, forma o Rio Jaboatão várias corredeiras que são aproveitadas pela Compesa como pontos de captação de água para o Distrito de Bonança e para Cidade de Deus. Ali, ainda se conserva a Mata do Engenho Jussara, um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica às margens do Rio Jaboatão.

No passado, a água do Rio Jaboatão era utilizada pelos engenhos na produção do açúcar. A força motriz do rio movia as moendas dos vários engenhos à sua margem, através de Rodas D'águas. Um dessas últimas rodas d'águas existentes até alguns anos atrás era a do Engenho Jaboatãozinho, que se localizava às margens do Rio. Porém, e infelizmente, foi levada por moradores para um ferro-velho em Bonança e destruída. Resta agora, em toda a bacia do Jaboatão, somente a roda d'água do Engenho Seva, situada às margens do Riacho Laranjeiras, um de seus afluentes. É um dos últimos testemunhos dos tempos faustos do açúcar no município.


De Jaboatãozinho, o Rio Jaboatão segue para o Antigo Engenho Pintos. Ali, a construção da Barragem no vizinho Engenho Pereiras fez com que a localidade ficasse abandonada. A perspectiva de inundação pelo lago da represa fez com que o Estado indenizasse os moradores, deixando o lugar um deserto. Destaque para o antigo Casarão do Engenho Pintos, um verdadeiro exemplar da arquitetura do açúcar, que será inundado. Assim, mais um local histórico para a memória do município ficará esquecido e submerso!


Mais adiante, o Rio Jaboatão atravessa as terras dos Engenhos Pereiras e Morenos, penetrando em seguida na Cidade, pelo Banho do Salu. Até então, o Rio vinha sofrendo apenas com algumas agressões oriundas da agricultura, como o uso de agrotóxicos e a destruição de sua Mata Ciliar. Porém, na Cidade, outros impactos começam a comprometer a água do Rio Jaboatão. Na comunidade da Galinha D'água, por exemplo, um esgoto a céu aberto deságua sem tratamento no Rio.


No Centro da Cidade do Moreno, uma pequena represa no trecho conhecido como "Tomada" marca o cenário do rio. Ali, a água do rio era utilizada para os serviços da Fábrica do Société Cotonnière. Atualmente, se encontra contaminada e tomada pelo lixo. Fica difícil imaginar que décadas atrás esse trecho era utilizado para o banho pelos moradores, principalmente na parte conhecida como "Poço da Nega".

Mais adiante, rio abaixo, podemos encontrar os mesmos problemas de esgoto e de lixo sendo despejados no rio. No bairro de N.S. de Fátima, podemos ver crianças tomando banho no rio, enquanto porcos descasam ao lado. Na ocasião, flagramos um comerciante local despejando resíduos de uma loja de aves no Rio Jaboatão. Também registramos crianças pescando no rio. Após o bairro de N.S. da Conceição, o Jaboatão segue para o Engenho Bom Dia, deixando o município do Moreno e seguindo por Jaboatão dos Guararapes.

Quais as consequências do tratamento que é dado pela cidade e seus moradores ao rio? Doenças, riscos á saúde e enchentes são os principais. Na grande cheia de 2005, por exemplo, o Rio Jaboatão transbordou invadindo as casas e destruindo as invasões em suas margens. A população carente, como sempre, é a que mais sofre!


E qual seria a solução para os problemas enfrentados pelo Rio Jaboatão na Cidade do Moreno? O que é preciso fazer para mudar o estado do rio? Que atitudes são necessárias para tornar o Rio Jaboatão em um rio limpo e saudável novamente? Essas perguntas somente serão respondidas se houver, antes de tudo, um redirecionamento na forma de tratamento que é dado ao rio pela Cidade. E para isso, além da realização de obras de saneamento básico, como a criação de uma rede de coleta de esgoto que atenda a toda a cidade e a criação de uma coleta seletiva e eficiente de lixo, é preciso que a população participe ativamente na recuperação do rio, não como mera expectadora, mas como membro participante e atuante dessa mudança. E isso só será possível com uma forte mediação do poder público em todas as esferas de governo, no sentido de não somente realizar obras de intervenção necessárias para recuperação do Rio Jaboatão, mas também inserindo a população no processo através da Educação Ambiental. É somente por meio da Educação Ambiental que poderá haver uma mudança de pensamento e de ações, passando a relação das pessoas com o Rio a ser harmoniosa e equilibrada. Assim, quem sabe um dia a Cidade do Moreno voltará a conhecer um Rio Jaboatão limpo e despoluído!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Mapa da Bacia do Jaboatão

Por James Davidson

Publico aqui um mapa da Bacia do Jaboatão disponível no Relatório sobre a Barragem do Engenho Pereiras
Fonte: ITEP

Bacia do Jaboatão Fonte: ITEP

domingo, 2 de novembro de 2014

Limites do Moreno

Por James Davidson

O município do moreno limita-se com os municípios vizinhos da seguintes maneira:
Ao norte com o município de São Lourenço da Mata; a leste com o município do Jaboatão dos Guararapes: ao sul com o município do Cabo de Santo Agostinho; e a oeste com o município de Vitória de Santo Antão. Observe o mapa abaixo:




Entretanto, encontrar a descrição precisa de onde se iniciam e onde terminam os limites com cada município é uma tarefa bastante difícil. A descrição de limites do município do Moreno não se faz presente nem na Lei Orgânica Municipal e nem em seu Plano Diretor. Daí, ter sido necessário fazer uma busca intensiva para encontrar a descrição precisa dos mesmos, já que isto é de extrema importância tendo em vista as polêmicas que envolvem alguns deles como, por exemplo, os limites com o município de Vitória de Santo Antão, cuja indecisão gera muitos conflitos.

Dessa forma, consegui após muito esforço encontrar num Diário Oficial antigo a descrição desses limites. Segue abaixo:

Município do Moreno
Limites Municipais

Com o município de Vitória de Santo Antão:
A partir da Pedra do Corre-Moleque, por uma reta para a nascente do córrego Sevinha, desce pelo riacho de mesmo nome até a sua confluência com o Riacho Ceva; desce por este até a sua confluência com o rio Jaboatão; desce por este até a sua confluência com o riacho Una; daí por uma reta para o ponto mais elevado da Serra do Camarão, - Chamado Chã dos Coqueiros; segue pela linha de cumeada da referida Serra pelos limites oeste dos engenhos Tamatá-Mirim e Coqueiros, seguindo até a extremidade da referida serra; daí por uma reta para o ponto de intersecção da linha de cumeada da Serra; daí por uma reta para o ponto que liga a Serra do Toró com a reta que liga o ponto mais alto do Oiteiro de Pedro, à nascente do Córrego Cueiras.

Com o município de São Lourenço da Mata:
A partir da intersecção da linha da cumeada da Serra do Toró com o a reta que liga o ponto mais alto do Oiteiro de Pedra, à nascente do córrego Cueiras por uma reta para a nascente do rio Duas Unas; desce o referido rio até a sua junção com o rio Pixaó.

Com o município do Jaboatão:
A partir da junção do rio Duas Unas com o rio Pixaó por uma reta para o Morro da Macambira; daí por uma reta para a foz do riacho São Salvador, ou Tabatinga, no rio São Salvador.

Com o município do Cabo de Santo Agostinho:
A partir da foz do riacho São Salvador ou Tabatinga, no rio São Salvador, desce por este até sua foz no rio Gurjaú; sobe por este até a foz do riacho das Moças até a sua nascente; daí por uma reta para a Pedra Corre-Moleque.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Pedra Pelada - O mirante do município

Por James Davidson


Pedra Pelada - Talvez você que mora em Moreno nunca tenha ouvido falar deste lugar. Mas ele fica em Moreno, a poucos quilômetros do Povoado de Massaranduba. Não confundir com a Pedra da Pimenta (esta fica localizada no município do Cabo) ou com a Pedra Corre-Moleque (localizada junto ao Engenho Seva). A Pedra Pelada fica localizada em terras do Engenho Buscaú, a pouco mais de 1 quilômetro mais ao norte da sede desse engenho.


Três são os aspectos que tornam a Pedra Pelada um lugar especial. O primeiro deles é a sua altitude que chega a atingir a altura de 384 metros. Talvez não seja o ponto mais alto do município (O Morro das Torres de Buscaú parece ser mais alto), mas ainda assim o local apresenta uma vista fascinante. Dali é possível avistar um vasto trecho da Região Metropolitana do Recife e da Mata Sul de Pernambuco - desde ao norte partindo de Olinda e São Lourenço da Mata até ao sul desde as terras de Escada e de Ipojuca. É possível avistar a Cidade do Recife, Jaboatão, a orla desde Boa Viagem até Suape, Cabo de Santo Agostinho e Vitória de Santo Antão. No município do Moreno, além da Cidade e do Distrito de Bonança, estão ao alcance da vista os engenhos Jaboatãozinho, Brejo, Contra-açude, Gurjaú-de-Cima, Gurjaú-de-Baixo, Caraúna, Jardim, enfim, toda a região do Vale do Rio Gurjaú, que nasce nas proximidades.



O segundo aspecto é a vegetação local que apresenta ainda, apesar da ocupação dos canaviais no entorno, um aspecto relativamente bem preservado. A Mata Atlântica é a formação nativa da região ocupando o topo da parte mais elevada do conjunto onde se destaca uma única árvore sobressalente. Predomina no local árvores típicas da Mata Atlântica. Curioso é que há também no local espécies xerófilas, típicas da caatinga, que predominam nos trechos desnudos das rochas, onde os solos são rasos ou mesmo inexistentes. A presença dessas espécies é devida, assim, a fatores edáficos, e não a fatores climáticos, pois as taxas de precipitação no local são bastante elevadas.



O terceiro aspecto que torna a Pedra Pelada um lugar especial é a presença de matacões de granito espalhados por toda a localidade. Inclusive, o próprio nome do local é devido a um desses rochedos. Alguns desses matacões possuem dezenas de metros de diâmetro e em suas concavidades são formadas várias furnas onde se abrigam animais. As furnas são pequenas grutas formadas nas rochas que funcionam como abrigo natural para animais. Algumas dessas são tão amplas que permitem facilmente a entrada de seres humanos. Imediatamente vem à mente a possibilidade de haver registros rupestres e outros vestígios arqueológicos no local. Porém, nada até o momento foi encontrado.

Assim, a Pedra Pelada é mais dos lugares interessantes e pitorescos do município do Moreno.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Visita à Pedra Pelada na formação de Geografia

Por James Davidson



No mês de abril 2014 tive a oportunidade de levar os professores da Rede Municipal de Ensino do Moreno para visitar um dos mirantes do município do Moreno - A Pedra Pelada. Como exercia na ocasião a função de Coordenador de Geografia da Equipe de Ensino da Secretaria de Educação do município, tive a iniciativa de levar os professores da disciplina de Geografia para visitar aquele que poderia ser o ponto mais alto do município. Assim, partimos de Moreno rumo à Bonança e, depois à Massaranduba e dali seguimos para a Pedra Pelada. Apesar da vegetação local ter atrapalhado um pouco (o mato havia crescido muito) a experiência foi bastante proveitosa e foi possível não apenas tirar os professores da rotina da sala de aula, mas também levá-los a conhecer mais sobre o município onde trabalham. Afinal  de contas, conhecer sua própria realidade constitui um passo fundamental e é papel da Educação propiciar meios adequados para que os alunos sejam apropriados de uma visão crítica sobre a realidade em que ele está inserido. E a Geografia é uma das disciplinas que melhor permitem a interação do homem ao seu espaço, sendo um instrumento indispensável para a mediação do aluno com seu meio ambiente. Daí ser fundamental trabalhar a Geografia do Moreno no ensino básico, capacitando os professores e tornando-os aptos a realizar uma melhor interação e compreensão ao aluno sobre sua realidade.

Porém, uma das medidas tomadas pela atual gestão, nesta crise da Educação do Moreno, foi justamente a extinção da Equipe de Ensino da Secretaria de Educação, acabando com um trabalho pedagógico que mal avisa iniciado!! É uma verdadeira pena já que as ações ficam sem continuidade e acabam tendo pouco ou nenhum resultado! Vejam as fotos:











sábado, 1 de março de 2014

Bacia do Rio Jaboatão

Por James Davidson




A bacia do Rio Jaboatão está localizada no Estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil, abrangendo uma área de 413 km², entre as coordenadas 8°00’ e 8°14’ de latitude sul e 34°50’ e 35°15’ de longitude oeste. Drena os municípios de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, São Lourenço da Mata, Cabo de Santo Agostinho e Vitória de Santo Antão, sendo uma das bacias mais importantes do Grande Recife.

Rio Jaboatão na altura da Usina Bulhões
 
Rio Jaboatão no Engenho Jaboatãozinho


Junto com as bacias dos rios Tejipió, Pirapama, Massangana e Jordão, ela é classificada como sendo do Grupo GL2 (Grupo de pequenos rios litorâneos) pela CPRH (Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos). A temperatura média anual da bacia é de 24°C e a média das precipitações são sempre acima de 1500mm anuais. O clima é do tipo ams’, segundo a classificação de Köeppen. O período de chuvas desenvolve-se entre os meses de março e agosto.

Rio Jaboatão em trecho da Cidade do Moreno

Rio Mussaíba, afluente do Jaboatão
O Rio Jaboatão é o rio principal da bacia, possuindo 75 Km de comprimento e desembocando no Oceano Atlântico. Sua foz encontra-se na Praia de Barra de Jangadas, em Jaboatão dos Guararapes, e sua nascente encontra-se em terras do Engenho Pacas e Arandú de Cima, em Vitória de Santo Antão. Seus principais afluentes são os rios Duas Unas, Mussaíba, Manassu, Muribequinha, Suassuna, Laranjeiras, Caiongo, Contra-açude, Carnijó, Una, Xixaim, entre outros.

Cachoeira no Riacho Manassú, afluente do Jaboatão
Início do baixo Curso do Rio Jaboatão - Bairro de Marcos Freire
 
A Bacia hidrográfica do Rio Jaboatão é de grande importância para a RMR, pois além de possuir expressiva área de abrangência nesta, contribui significativamente para o abastecimento da região. Para isso, possui diversas represas e açudes em seus afluentes, com captação pela COMPESA, destacando-se a Represa de Duas Unas, 4° maior da RMR em atividade.

Trecho do Rio Jaboatão entre os municípios do Moreno e do Jaboatão

Porém, apesar de sua importância, a bacia do Rio Jaboatão vem sofrendo inúmeros impactos ambientais que vem prejudicando a fauna, flora e a qualidade da vida das pessoas da região. Entre estes impactos, destaca-se o despejo de resíduos industriais os mais diversos nos rios, os dejetos residenciais sem tratamento nos cursos d’água, o desmatamento desenfreado, o despejo de lixo e a ocupação irregular das margens fluviais, entre outros. Tudo isso contribui para que o Rio Jaboatão seja um dos rios mais poluídos e degradados do Estado de Pernambuco.

Contaminação do Rio Jaboatão em Jaboatão Centro

Atividade impactante nas margens do Rio Duas Unas

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Blogs Geográficos

Por James Davidson

A fim de dar apoio aos professores de Geografia do município do Moreno, selecionei uma lista de páginas com propostas de atividades a serem realizadas em sala de aula. São atividades em geral atrativas para o aluno e de fácil aplicação pelo professor em sala. Confira abaixo essa lista:

Blog Geoprofessora
http://geoprofessora.blogspot.com.br/

Diretoria de Ensino Fundamental - Geografia
http://fundamentalgeosv.blogspot.com.br/

Blog Geocriativo
http://geocriativo.blogspot.com.br/

Geointernautas
http://geointernautas.blogspot.com.br/

Panorama Geográfico
http://panoramageografico.blogspot.com.br/

Coelho da Cartola
http://coelhodacartola.blogspot.com.br/

Geografia Hoje
http://geografianovest.blogspot.com.br/

Estudando Xeografia
http://estudandoxeografia.blogspot.com.br/

Geografia Nossa
http://geografianossa.blogspot.com.br/

Clube da Geografia
http://geointocaveis.blogspot.com.br/

A Nossa Geografia
http://anossageografia.blogspot.com.br/

Linguagem Geográfica
http://linguagemgeografica.blogspot.com.br/

Mapas para Colorir
http://www.mapasparacolorir.com.br/

SuperGeografia
http://supergeografia.blogspot.com.br/

Geografia para todos
http://andergeo2012.blogspot.com.br/

Sala de Aula
http://jaorisa2013.blogspot.com.br/

Geografando
http://f1colombo-geografando.blogspot.com.br/

Geografalando
http://geografalando.blogspot.com.br/

Geografia física online
http://geografiafisicaonline.blogspot.com.br/

Só Geografia
http://www.sogeografia.com.br/

sábado, 1 de fevereiro de 2014

O Ponto mais alto do município do Moreno

Por James Davidson

Morro da Pedra Pelada

O relevo do município do Moreno é, de uma forma geral, bastante movimentado. Desenvolvido sobre rochas cristalinas, o território morenense é todo constituídos por outeiros, colinas e morros, com altitudes que variam entre 50 até quase 400 metros. Dentre estes, algumas elevações ganham destaque na paisagem, inclusive na cidade, onde alguns altos alcançam mais de 100 metros, podendo deles inclusive avistar as cidades vizinhas. No caso da Serra da Mata da Onça, por exemplo, é possível avistar até o Oceano Atlântico.

Vista da Pedra Pelada

Mas a definição de qual dos morros do município era o mais alto parecia constituir uma grande enigma. Em seu Guia Histórico, Cultural e Informativo do Moreno, o jornalista João Carneiro da Cunha afirma que "o ponto culminante é a Serra onde foi implantada a Torre da Embratel, no Povoado de Buscaú". Referia-se ao morro situado no Engenho Buscaú que ainda hoje mantém as torres da Embratel. Porém outras fontes afirmam que a Pedra Pelada ou Selada, também em Buscaú, era o ponto mais alto, enquanto alguns afirmam que é a Pedra Corre-Moleque no Engenho Seva.

Morro da Mata da Onça em Moreno

Morro das Torres de Buscaú

Com base numa carta topográfica na escala de 1: 25.000 cm obtida na Sudene, foi possível verificar as seguintes altitudes para os referidos morros: 370 metros para o Morro das Torres de Buscaú; 386 metros para a Pedra Corre-Moleque; 371 metros para a Pedra Pelada; e ainda entraria na disputa a chamada "Chã dos Coqueiros, no Engenho Bela Vista, com 378 metros. Assim, segundo a carta, teríamos a Pedra Corre Moleque como o ponto mais alto, Chã dos Coqueiros em segundo, Pedra Pelada em terceiro e o Morro das Torres amargaria apenas a quarta colocação.

Pedra Corre-Moleque - Engenho Seva

Porém, quem visita a região percebe que aparentemente não é bem assim. O problema é que a diferença de altitude entre essas elevações é de apenas poucos metros e a maioria dos valores disponíveis na carta são apenas aproximações, não constituindo medições exatas. Assim, a margem de erro nesse caso é significativa. O ideal seria visitar todos esses pontos com mais de um altímetro e GPS para poder determinar qual o mais alto. As dificuldades de acesso aos locais e aos equipamentos, porém, dificultam por enquanto esta avaliação.

Ponto mais alto da Pedra Pelada

Estivemos porém, naquele que pode ser o ponto mais alto do município do Moreno. A Pedra Pelada ou Pedra Selada, como também é conhecida, claramente se apresenta mais alta que as demais elevações citadas quando observada de diversos pontos do município (Exceto o Morro das Torres). E a visita ao local, in loco, só fez confirmar essa suposição, pois mesmo a Pedra Corre-Moleque aparenta estar em nível mais baixo, assim como as demais elevações citadas. A altitude medida com um GPS foi calculada em 384 metros. Resta visitar o morro das "Torres de Buscaú" e medir sua altitude para confirmar qual de fato é o mais alto.

Vista da Pedra Pelada

A paisagem no local apresenta-se fascinante. Constituída por dois morros contíguos, a visão da Pedra Pelada é de admirar a qualquer visitante. O primeiro faz jus ao nome de Pedra Pelada, pois constitui uma grande rocha cristalina desnuda, donde é possível avistar grande parte do município do Moreno e terras de municípios vizinhos tais como Recife, Jaboatão, São Lourenço da Mata, Vitória de Santo Antão, Cabo de Santo Agostinho, Escada e Ipojuca, inclusive o Porto de Suape. O segundo morro, mais elevado, é coberto de Mata Atlântica, destacando-se uma única árvore sobressaindo-se das demais. Por conta da densa vegetação, dele nada é possível avistar da paisagem ao redor.

Vista da Pedra Pelada

Vista da Pedra Pelada

A riqueza da flora da Pedra Pelada é outro ponto de destaque. A Mata Atlântica ainda resiste em alguns pontos, principalmente no cume principal, mas está ameaçada pelos avanços dos canaviais. Sobre a rocha, prevalecem as bromélias, arbustos, cactáceas e outras espécies nativas da região. Há também o cultivo de eucaliptos no entorno.

Pedra Pelada com vegetação nativa

A Pedra Pelada é mais um recanto pitoresco do município que os morenenses precisam conhecer!

Espécie de bromélia nativa

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Vídeo documentário Águas do Jaboatão

Por James Davidson


Acima Vídeo Documentário Águas do Jaboatão, realizado pelo MJPOP, em parceria com  A Juventude Suassuna e o Jaboatão Redescoberto. Foram várias visitas em diversos trechos do Rio Jaboatão e seus afluentes, percorrendo seus 75 Quilômetros, desde sua nascente em Vitória de Santo Antão, até sua foz em Barra de Jangadas. Conversamos com moradores locais - pescadores, coletores, sitiantes e ribeirinhos - e flagramos várias atividades poluidoras e destruidoras do Meio Ambiente. Foi uma experiência maravilhosa, onde pudemos sentir na pele os momentos tanto de beleza, como de agonia do nosso rio. A relação dos moradores locais com nossa artéria fluvial também pôde ser analisada através deste documentário. Tudo em defesa do meio ambiente e do rio que deu origem à nossa cidade. Não somente autorizamos, mas insistimos que este vídeo seja compartilhado, baixado, distribuído e divulgado em todas as mídias sociais para que seja um importante veículo de conscientização social e ambiental nas escolas, comunidades, universidades, seminários,  etc. Que os professores e atores sociais de nossas escolas e comunidades utilizem este vídeo para a Educação Ambiental em nosso município. Um agradecimento especial a Alexandre Roseno, Edson, Julie Carle, Mário César Ramos, Tathiana Cosme, Raiana Rodrigues, Torquato Silva, Walkíria Rodrigues, Joel Emídio, Pollyana Virgolino, Sr, Salatiel e para todos os outros que contribuíram de alguma forma ou de outra para a realização deste importante trabalho. Esperamos que um dia possamos ver esta triste realidade transformada e que um dia possamos beber da água do Rio Jaboatão em todos os trechos, não só em sua nascente!!!

sábado, 7 de julho de 2012

Hidrografia do município de Moreno

Por James Davidson


O município de Moreno está incluído em três bacias hidrográficas: Bacia do Rio Jaboatão, Bacia do Rio Pirapama e Bacia do Rio Capibaribe. A Bacia do Jaboatão está representada pelo Rio Jaboatão, pelo Rio Duas Unas e seus afluentes. A Bacia do Rio Capibaribe está representada pelo Rio Várzea do Una, afluente do Rio Tapacurá que, por sua vez, é afluente do Rio Capibaribe. Os rios Gurjaú, Cajabussu e Arariba são os representantes da Bacia do Pirapama no município.

Rio Jaboatão

A Bacia do Rio Jaboatão é a principal bacia hidrográfica do município de Moreno ocupando a maior parte de seu território. O Rio Jaboatão corta o município de oeste a leste, vindo de Vitória de Santo Antão, passando pelos engenhos Jussara, Jaboatão, Pintos, Pereiras, Morenos e entrando pela sede da cidade até o Engenho Bom Dia, onde deixa o município adentrando em terras de Jaboatão dos Guararapes. Recebe as águas de vários afluentes importantes como o Riacho Una, Riacho Laranjeiras, Riacho Capim-Açu, Riacho Xixaim e Riacho Cachoeira, este último na cidade.

Rio Jaboatão na cidade de Moreno

 Além do Rio Jaboatão, também faz parte da bacia o Rio Duas Unas que nasce em território morenense, próximo à Bonança, às margens da BR 232, junto à antiga LONEX. Segue em direção norte e, depois, leste, onde adentra o município de Jaboatão dos Guararapes já formando a Represa de Duas Unas. Serve de limite entre o município de Moreno e de São Lourenço da Mata, passando pelos engenhos Serraria, Usina N.S Auxiliadora, Fortaleza, Pacoval, Una e Pocinho. Seus principais afluentes em território morenense são os riachos Pacoval e Dois Irmãos.

Rio Duas Unas próximo à sua nascente, no Engenho Serraria

Rio Duas Unas 


O Rio Várzea do Una nasce no município de Vitória de Santo Antão, em terras do Engenho Tamatá-Mirim. Segue em direção leste com traçado retilíneo, paralelo à Br 232, por estar encaixado na falha geológica denominada Lineamento Pernambuco, que corta o estado de leste a oeste. Passa pelo Engenho Queimadas e pelo centro do distrito de Bonança. Após passar pelo Engenho Tapera, segue direção nordeste, deixando o município no Engenho Várzea do Una para, posteriormente, juntar-se ao Tapacurá. Seu principal afluente é o Riacho do Coutinho.

Rio Várzea do Una em Bonança

O Rio Gurjaú é o principal afluente do Rio Pirapama e tem suas nascentes localizadas no Engenho Buscaú, em Moreno. Passa pelo Engenho Brejo onde forma bela queda d'água e depois segue pelos engenhos Cumarú, Gurjaú de Cima, Gurjaú de Baixo e Jacobina. Deixa o município após passar pelo Engenho São Braz, seguindo em direção ao Rio Pirapama, no município do Cabo de Santo Agostinho. Seus principais afluentes em território de Moreno são o Riacho das Moças, Riacho Cumarú, Riacho Javunda, Riacho Caraúna e Arroio Canzanza.

Rio Gurjaú no Engenho Gurjaú de Baixo

Cachoeira do Engenho Brejo no Rio Gurjaú


O Riacho Arariba, também chamado de Rios dos Macacos, nasce próximo ao Povoado de Massaranduba, zona rural de Moreno. Passa pelo Engenho Furnas onde se encaixa em um espetacular vale em "V" formado por uma extensa falha geológica que segue a direção NNE-SSE. Segue pela mesma falha até o Engenho Arariba do Pimentel, já em município do Cabo. Outro importante afluente do Rio Pirapama é o Rio Cajabussu, que nasce em terras do Engenho Buscaú (próximo à nascente do Rio Gurjaú) e adentra no Engenho Contra-açude, também encaixado numa falha geológica com direção N-S. Depois segue ao Engenho Cajabussu, já no município do Cabo.

Vale do Rio Arariba - Capim Canela

A importância dos rios e seus afluentes para o município consiste no fato que grande parte de seu território está incluído nas Áreas de Proteção dos Mananciais. Os rios Duas Unas, Várzea do Una e Gurjaú são fontes de abastecimento importantes para toda a Região Metropolitana do Recife, incluindo-se aí nessa lista também o Rio Jaboatão que também abastece Bonança e Vitória de Santo Antão e que terá essa função ampliada com a construção da Barragem do Engenho Pereiras. Daí a necessidade de proteção aos mananciais tão importantes para a população, mas nem sempre respeitada com o lançamento dos esgotos domésticos, de resíduos industriais e de agrotóxicos agrícolas. Fora o desmatamento das margens e encostas para o plantio da cana-de-açúcar ou para construção irregulares. Por isso, é preciso que o poder público atue na defesa dos mananciais através da Educação Ambiental com a população, da fiscalização e punição aos infratores da lei.

Recipiente de agrotóxico jogada às margens do Rio Duas Unas em Serraria