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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Engenho que inspirou romance em Moreno

Por James Davidson


Um fato que poucos morenenses conhecem: um engenho do município serviu de inspiração para um romance.  Foi o Engenho Floresta situado na zona rural de Moreno. É o que conta Hilton Sette filho do famoso escritor pernambucano Mário Sette, autor de vários livros. Segundo ele, foi ao visitar o Engenho Floresta, durante o início do século XX, que o autor despertou o desejo de escrever o romance Senhora de Engenho. Ali, ao contemplar a paisagem bucólica da vida campestre, o autor encontrou a inspiração que levou ao enredo do romance.


Na época, o Engenho Floresta pertencia à Elise de Souza Leão, casado com um parente do autor. A casa-grande ainda preserva a escada de pedra que dá acesso ao terraço vislumbrada por ele. Hoje o engenho é uma fazenda de gado e já não conta mais com tantos moradores como na época de sua visita, porém ainda mantém muito daqueles "locus amoenus" que Mário Sette encontrou.

domingo, 16 de outubro de 2011

Índios em Gurjaú

Por James Davidson


Outra curiosidade sobre as terras de Gurjaú é a presença de índios ainda no século XVIII. Conforme o livro Jaboatão dos meus avós, de Van-Hoeven Ferreira Veloso, possivelmente baseado em Frei Jaboatão, estes índios eram do grupo tapuia. Vejamos com as palavras do próprio autor:

"Há notícia de que, em 1707, havia em Jaboatão uma tribo de índios, naturalmente do ramo dos tapuios. Nas margens do Rio Gurjaú, que nasce em Jaboatão e deságua no Rio Pirapama, habitava uma tribo que tinha o nome de ARAPOÁ-AÇÚ (ARAPOÁ ou IRAPOÁ é o nome de uma abelha muito comum; corruptela de IRA APUÁ, que significa mel redondo, ninho de abelhas.)."

É importante destacar que nessa época, 1707, as terras do atual município de Moreno pertenciam a Jaboatão. Não se sabe o que aconteceu com esta aldeia de índios nem se encontrou mais informações sobre ela. Mas é espetacular pensar que os índios conseguiram sobreviver por este território por muito tempo(cerca de dois séculos), apesar dos abusos da colonização. É possível que com o tempo tenham misturado-se com o restante da população e aos poucos foram perdendo sua identidade, mas tudo isso não passa de uma hipótese que, infelizmente, não temos como comprovar.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Um pé na pedra

Por James Davidson


Fato curioso existente em Gurjáu de Baixo, engenho pertencente ao município de Moreno. O fato é descrito no Livro Novo Orbe Seráfico Brasílico de autoria de Frei Jaboatão, de 1761, que diz o seguinte:

"No lugar que chamamos Gurjaú-de-Baixo pelo rio que o rega e é fazenda de engenho de fazer açúcar, distrito da freguesia de Santo Amaro de Jaboatão, sete léguas distante do Recife de Pernambuco para o sertão, em umas espaçosas lages de pedra à sua margem e sobre as quais corre por largo espaço e é passagem comum dos moradores, quando de verão leva menos corrente, está gravada uma estampa de pé humano, e é o esquerdo, e tão admiravelmente impresso que à maneira de sinete em líquida cera, entrando com violência pela pedra, fez avultar para fora das fímbrias da pegada, arregoar a pedra e dividir os dedos... e era fama do vulgo ser aquela pegada de S. Tomé, ou de um menino que andava em sua companhia e seria talvez o seu anjo da guarda. Escrevemos o que vimos e ouvimos."

Estando em visita ao Engenho Gurjaú de Baixo, no começo do ano, encontramos acidentalmente o que talvez seja a pegada referida, ainda no século XVIII, por Frei Jaboatão. Situada nas rochas da corredeira do Rio Gurjaú, na sede do Engenho Gurjaú de Baixo, no local que ainda é utilizado pelos moradores para atravessar o rio, encontramos essa pegada numa rocha. Não está tão nítida como a descrita por Jaboatão e talvez não seja se quer a mesma, mas é impressionante como algo que foi descrito no século XVIII perdura ainda hoje e como pequenas coisas influenciam o credo popular.

A pegada de Gurjaú é mais uma curiosidade das terras de Moreno!