quarta-feira, 27 de julho de 2011

Engenho Gurjaú de Cima

Por James Davidson



O Engenho Gurjaú de Cima é um dos engenhos mais antigos de Pernambuco. Situado às margens do Rio Gurjaú, fica situado entre os engenhos Novo da Conceição, Cumaru, Javunda, Gurjaú de Baixo e Bom Jardim. Foi fundado ainda no século XVI e conserva sua casa-grande, talvez a mais antiga de Pernambuco ainda de pé.


O Engenho Gurjaú de Cima já existia em 1581, sendo Simão Rodrigues Cardoso o primeiro proprietário a ser citado. O engenho aparece com a grafia de "Gorogoá" nos mapas holandeses de Vingboons e Marcgraf. Na época da invasão flamenga, o engenho pertencia a André Soares e é citado várias vezes nos relatos do autor de História da Guerra de Pernambuco.


Depois de pertencer à família Soares, o engenho passou para as mãos dos Vieiras, em fins do século XVII. Já no século XIX, o engenho passa à propriedade dos Souza Leão, na pessoa de Manuel Tomás de Souza Leão. Neste mesmo século, o engenho foi desmembrado para a criação dos Engenhos Novo da Conceição (antigo Sítio do Cavaco) e Engenho Cumarú.


A casa de Gurjaú de Cima, segundo Geraldo Gomes, é o último remanescente de um estilo de casa-grande dos mais antigos do estado. Não se conhece a data exata de sua construção, mas em 1889, o Barão de Gurjáu, um dos proprietários, descobriu em uma parede moedas espanholas do século XVII. Ainda é cedo para confirmar, mas é possível que, de todos os engenhos ainda de pé, este seja o mais antigo. A casa sofreu algumas modificações ao longo do tempo, mas conserva ainda suas paredes em pedra e seu madeiramento interno.


A capela de Gurjaú de Cima, sob a invocação de São Miguel, era em estilo barroco com frontão e torres laterais. Era acessada da casa por uma passagem interna. Muitos dos antigos proprietários estavam sepultados nela. Contudo, o tempo acabou corroendo suas estruturas que ruíram, no início da década de 1990. Restam apenas as ruínas daquela que foi uma das mais antigas capelas de engenho.